Palavras belas, escritas em linhas tortas. Pequenas gotas no meio da folha branca. Ela já passou por essa fase, e não sabe o por quê de estar repetindo-a.Diz que merece um pouco mais dessa dor, pois ela continua sentindo tudo aquilo que jurou não sentir mais. Promessa em vão, aliás. Como sempre. Não saber o que há dentro de si mesma, é uma sensação dolorosa. Cruel. É cruel, porque você sente, mas não sabe como impedir. (…) A verdade dói, mas tem que ser ditas. E essas verades acumuladas que não foram reveladas? O que fazer com ela? Jogar na cara dele, não seria uma boa idéia. O perderia mais ainda, não ficaria mais à vista. O sorriso dele se fecharia, e então a escuridão chegaria. Sim, o sorriso dele ilumina. Clareia o olhar dela e abre um sorriso automaticamernte em seu rosto. Pequenos deslizes podem estragar tudo, é melhor não correr o risco. Seus deslizes não são tão pequenos, são tombos em sequência. E ela acabo toda dolorida e despedaçada no fim do barranco que é sua mente. Olhar nos olhos dele é um sacrifício, não há como parar de olhar. Não se pisca durante esse momento. E nada mais é visto ao redor. Os dois se isolam, num lugar que só eles conhecem, que só eles conheceram. Histórias vividas por ela, dariam um bom filme. Na qual ela é a protagonista e o “não alcançável alguém” seria ele. Ela seria a melhor atriz, pois não estaria atuando. Não havia tempo para pensar nas falas, só as diria. Naturalemnte. Como tudo em si. A dor, as lembranças, a vontade e ele. Ele é parte dela, e sempre será.
Exatamente assim. Pesada, sufocada. Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções. Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros, quero parar de me doar e começar a receber. — Caio Fernando Abreu
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
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